sábado, 9 de maio de 2009

Governo mente ao dizer que está preparado para gripe suína

Segundo caso de nova gripe no Rio tem sintomas mais graves, diz médica

Jovem de 29 anos apresentou sintomas de pneumonia viral.
Além dele, amigo também está internado com nova gripe.

O segundo paciente que teve o caso de gripe influenza A confirmado no Rio apresentou sintomas mais graves do que o amigo, que também está internado em quarto isolado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), no subúrbio. A mãe do jovem foi internada neste sábado (9) com sintomas da doença.


Segundo a Drª. Regina Barbosa Moreira, chefe do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias, o jovem apresentou sintomas de pneumonia viral. É o 1º caso de transmissão de pessoa para pessoa no país. A médica afirmou, no entanto, que os três pacientes estão bem, e que o quadro de saúde de todos é estável. Eles permanecem em observação.


Segundo o Ministério da Saúde, o amigo teve contato com o paciente no último dia 3. Na terça (5), ele já apresentava os sintomas, e no dia seguinte, ele foi internado no Hospital do Fundão.

Os jovens e a mãe de um deles estão em quartos especiais, que têm duas portas de acesso. A segunda só é aberta depois que a primeira se fecha, para evitar a circulação do vírus. Dentro, há um ar-condicionado individual e um filtro que limpa o ar. Além do telefone, os pacientes têm acesso a uma televisão.


Amigos beberam no mesmo copo

O amigo disse que os dois estão em quartos que ficam lado a lado e se falam sempre pelo telefone. Ele contou que acha que pode ter sido contaminado com a gripe na hora em que deu um gole no copo em que o amigo estava bebendo cerveja.

"Encontrei com ele no domingo à noite numa boate na Ilha do Governador. Depois do jogo do Flamengo a gente foi para a boate, ficamos lá de 9h (21h) até às 3h. Tava cheio, tinha bastante gente. Bebemos no mesmo copo, eu acho que foi isso que contaminou. Eu fui pra casa normalmente, ele foi pra dele", contou.

E completou: "Segunda à noite eu comecei a ter tosse e espirro, um resfriado normal. Até então, tudo bem. Não sabia do meu amigo. Terça-feira comecei a sentir fraqueza do corpo. Fiquei sabendo que meu amigo tinha sido internado, que ele estava doente. Fiquei meio preocupado. Quarta de manhã acordei com 39 de febre. Aí eu fiquei preocupado. Vim pro Fundão direto e me trouxeram para o quarto".

Segundo ele, o quarto onde está é bom, tem cama, televisão, ar condicionado e um filtro de ar. "A médica vem aqui umas quatro vezes, a enfermeira vem direto, toda hora mede minha temperatura, o pulso. A assistência está sendo boa", disse.

No balanço deste sábado, o Ministério da Saúde informou que, além dos dois casos confirmados no Rio, uma pessoa está sob suspeita da nova gripe e duas estão sendo monitoradas.

Monitoramento no aeroporto

A Vigilância Sanitária começou a reforçar na manhã desde sábado (9) o monitoramento de passageiros vindos de países estrangeiros que desembarcam no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, subúrbio do Rio (você acredita?).

Segundo a Secretaria estadual de Saúde, a decisão foi tomada pelos secretários estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, e municipal, Hans Dohman, na noite de sexta-feira (8), depois do anúncio de dois novos casos da doença, um deles no Rio.

O primeiro voo que foi inspecionado foi um da American Airlines vindo de Miami. Passageiros relataram que tiveram que preencher um formulário, ainda dentro do avião. Algumas pessoas chegram a desembarcar de máscara, por prevençao, e um homem saiu com luvas. Mas, segundo a maioria dos que desembarcaram, o clima não era de medo. Os passageiros desceram do avião e seguiram de ônibus até a sala da Vigilância Sanitária, onde teriam respondido a outras perguntas.

De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, Sérgio Côrtes também acompanhou as inspeções. Ainda segundo a Secretaria, 165 pessoas foram questionadas, entre passageiros e tripulação, mas nenhuma apresentava sintomas de gripe.

"Eram uns cinco ônibus. Mas a vigilância aqui está maior do que lá nos Estados Unidos", relatou a passageira Renata Figueira. Cipriano Marcos, que mora nos EUA, estava usando luvas. "Coloquei para entrar no ônibus, como precaução, já que o ônibus é um lugar onde todo mundo põe a mão", justificou.

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